O que é o swirl
Sabão com swirl se refere a uma técnica para decorar um sabão usando duas ou mais cores para colorir uma barra de sabão feita por cold process. O efeito obtido é muito variado de acordo com o tipo de técnica de swirl utilizada, sendo o padrão mais comum é o que se assemelha ao marmorizado.
Swirl de colher Branco e Preto
Swirl de colher amarelo e preto
Swirl de colher branco e verde
Tipos de swirl
Existem inúmeros modos de se fazer o swirl que as vezes envolve o uso de duas ou mais técnicas ao mesmo tempo, como por ex. troca e cabide. Podemos citar:
Colher (spoon) – como o nome diz, são usados colheres para obter o efeito
Pote (pot) – a mistura de cores é feita dentro do recipiente de preparao do sabão
Cabide (hanger) – é usado um dispositivo de arame parecdido com um cabide
Funil (funnel) – usa-se um funil para obter um padrão concêntrico
Coluna (columm) – usa-se uma coluna de perfil quadrado, redondo ou triangular
Arcoiris (rainbow) – as cores são depositadas em camadas multicoloridas
Troca (swap) – o molde é dividido em duas partes de cada cor e depois misturado
Pavão (peacock) – é desenhado figuras que lembra as penas do pavão
No molde (in the mold) – o swirl é feito no molde de vários modos
Condições para se fazer um swirl
É fundamental que se tenha um controle sobre o traço. Em todas as técnicas de swirl é necessário que a massa de sabão tenha fluidez, que a viscosidade do traço seja baixa a média para permitir o escoamento, a mistura e o assentamento das massas coloridas. Se o traço for muito viscoso, impossibilita obter os padrões de swirl.
Para ter o controle sobre o traço é necessário gerenciar a sua formulação de tal modo que ela seja livre de componentes que aceleram o traço. A proporção de óleos com ácidos graxos saturados/insaturados deve ser mantida baixa na medida do possível, deve-se evitar aditivos que possam acelerar o traço como a cera de abelhas e conhecer o comportamentos dos óleos essenciais, evitando aqueles que aceleram o traço.
Em termos de processo, trabalhar em condições que minimizem a aceleração dos traço. Trabalhar com concentração baixa de soda, isto é, quanto mais água, melhor. As concentrações de 25% a 30% são os limites, sendo o ideal 28%. Manter a temperatura dos óleos e soda baixas, abaixo de 30° C.
O uso do mixer deve ser feito com muita cautela, precisa ter experiência e domínio do seu uso.
Colorantes a usar no swirl
De preferência usar colorantes que são especialmente formulados para essa finalidade. Normalmente são líquidos e soluveis em água e facilmente dispersos na massa de sabão e permanentes, não desbotam ou mudam de cor na soda e tem resistência a luz. Este colorantes não são encontrados por aqui, precisam ser importados.
Um alternativa viável seria o uso de pigmentos e argilas. A maioria dos pigmentos são de difícil dispersão, precisam primeiro um pre-mix com um pouco de óleos para desagregar, com o risco de formar pontos e grumos na massa.
Veja mais sobre colorantes para sabão neste post:
https://japudo.com.br/2013/01/10/o-que-usar-para-colorir-os-sabonetes-cold-process/
Técnica de swirl – colher
Quem sabe esta técnica seja a mais simples e fácil de fazer um swirl.
Normalmente é usado em swirl de duas cores e os passos são:
1 – prepare o sabão deixando no traço mínimo, adicione as fragâncias e os aditivos, se for o caso,
2 – divida a massa em duas partes propocionais ou não dependendo do efeito desejado.
3 – misture em cada parte o colorante escolhido e misture bem. Se necessário use o mixer, mas com cautela.
4 – use uma colher de sopa pequena para cada cor e vá adicionando alternadamente no molde previamente preparado. Deposite cada colherada de uma cor deixando um espaço, não sobreponha, e deixe rastros entre uma deposição e outra. Siga com outra cor, formando camadas, até completar o molde.
5 – bata o molde para assentar a massa e eliminar vazios e bolhas
Melhor do que ler, é ver. Existem dezenas de vídeos que mostram as técnicas de swirl, é só pesquisar e assistir.
A formulação do sabão é bem básica, somente três óleos que dão as propriedades normais de um sabão balanceado. No caso do sabão amarelo e preto foi usado o óleo de palma bruto (azeite de dendê) no lugar do palma para dar a cor amarela.
Perfeitos !
Não há dois tipos dióxido de titânio? O que tenho não dilui em óleo, só em água.
Então procedo a diluição na lixívia.
É isso mesmo?
Um abraço,
Indranni
Indranni,
Isso mesmo, tem dois tipos, para usar em base água e base óleos.
Se for base óleo, pode dispersar em um pouco de óleo para desagregar as partículas, é muito importante fazer desse modo porque se adicionar diretamente, o mixer não vai conseguir dispersar bem devido à baixa concentração e pode haver pontos de pigmentos no meio da massa do sabão.
Se for base água, pode diluir um pouco com água (desconta esta água da água da solução de soda) e adicione no trace leve. Tem gente que adiciona na água da solução de soda antes de misturar a soda.
Olá mestre Akira,
Estou com algumas dúvidas na técnica do swirl… tenho visto vários vídeos de swirl, e em todos eles sem exceção, a massa é bem mais pra líquida. Eu já tentei de várias formas, mas minha massa acaba sempre com a textura de um “flan”. Uso a água em 37 a 38%, já fiz em temperatura ambiente a 26º (lixívia e óleo), sem usar manteigas e OEs que acelerem o traço. Mas a massa NUNCA fica mais líquida como eu gostaria… até na receita com apenas oliva 50% e óleo de coco apenas, a massa fica tipo mousse… o que será que posso estar fazendo de errado?
Grata pela atenção!
Erika,
Aparentemente vc tem usado os parâmetros mais adequados para fazer a arte do swirl.A baixa concentração de soda de 25% (limite máximo para evitar a separação) e a temperatura baixa de processo, são fundamentais para retardar ao máximo a emulsificação (trace) e consequente inicio da saponificação. Se mesmo com esses parâmetros vc continua a ter uma viscosidade (fran) alta que dificulta o manuseio da massa, podem ser duas coisas: uma formulação cuja composição de óleos saturados é alta ou você está trabalhando excessivamente com o mixer. Provável ser mais o uso excessivo do mixer, para o swirl vc não pode usar muito o mixer, tem que deixar com um trace muito leve, quase no limite da separação, isso só a experiência vai te dar a noção exata de qdo vc deve parar com o mixer.
PS: o seu blog está excelente, parabéns!
Nossa… pensei em tudo, menos no mixer!! Então deve ser mesmo o uso excessivo dele… acho que ainda é o medo de ter um trace falso..rs vou reduzir o tempo da varinha mágica, então!
Fiquei feliz que tenha gostado do blog!! 🙂
Muito obrigada mais uma vez, pela ajuda! _/\_
Erika,
Costumo dizer que quando você começa a ter o domínio e o controle do uso do mixer, deixando a massa de sabão do jeito que vc quer, você tem o domínio do cold process e pode ser considerada uma saboeira de experiência. É o controle mental que precisamos ter porque a tendência é sempre acharmos que ainda falta dar mais uma mexidinha na massa, que falta ainda um pouquinho mais e…. aí já se foi o ponto ideial. Isso porque ouvimos constantemente que é preciso aplicar o mixer para evitar a separação dos óleos, e eu nunca ví acontecer tal problema, uma vez que vc mexa a massa por alguns segundos com o mixer.
Era tudo que eu precisava ouvir! 🙂
gratidão! _/\_
ops… ouvir não… ler! rs
Olá, Por favor, qual seria a proporção de argila? Ela precisaria ser diluída em água antes? grata
Renata,
Até 5% sobre óleos. Dispersar nos óleos