Darluck Saboaria e Cosmética – Parceria

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É com muito orgulho e satisfação que anuncio uma parceria técnica e comercial com a Darluck Saboaria Artesanal  de Cris Dragesso Luckachaki, de Tangará da Serra, MT.

A Cris é uma profissional esteticista consagrada e tem estado, há mais de 15 anos, atuando com a Estética Pro Mulher na cidade de Tangará da Serra. Tem um ano que resolveu se dedicar também a fazer a saboaria e cosmética artesanal e enfrentando inúmeras dificuldades devido a distância de mais de 2 mil km que a separa dos grandes centros, conseguiu estabelecer, com muita competência e dedicação, uma atividade que oferece produtos e serviços de altíssima qualidade o que reflete em clientes muito felizes!

saboa allCom uma criativa e abrangente linha de sabões artesanais, oferece uma completa solução de produtos naturais. Novos produtos irão surgir com regularidade para atender as necessidades dos cliente. Regastou de forma carinhosa as reminiscências do passado com a Linha Alma & Olga feitas por processo a quente que preserva os ativos dos óleos e plantas. Alma & Olga faz parte do portfolio de produtos que compreende as linhas de sabões, cosméticos, produtos para casa, todos naturais sem uso de produtos sintéticos e nocivos para a saúde.

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Recém lançados o inicio de uma linha completa de cosméticos 100% naturais, vegetais.

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Um espaço segregado, dedicado para a elaboração dos produtos, que em muito breve se planeja ampliar.

Tenho grandes expectativas com o sucesso dessa parceria, acredito na competência e na constância de propósito e qualidade dos trabalhos que sempre nortearam as atividades da Cris Dragesso Luckachaki!
Boa sorte e muito trabalho para todos nós

ESSA PARCERIA DEIXOU DE EXISTIR A PARTIR DE 2016

Sabão de coco 100% – corpo & banho

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Normalmente um sabão com 100% de óleo de coco (coco da praia,  babaçú ou palmiste)  é usado para limpeza geral, lava roupas ou louças, isso porque o laurato de sódio em excesso é agressivo e as vezes irritante para a pele. Costuma se limitar a a faixa de segurança da quantidade de óleo de coco à 35% quando o sabao é usado no corpo.
A saboaria americana descobriu que um sabão 100% coco com um sobreengorduramento (superfatting) de 20% ou mais deixa de ser agressivo e fornece um sabão de excelente qualidade para a pele, perde a sua agressividade e sendo somente com coco, produz uma espuma extremamente abundante e agradável.

Este sabão foi feito com 100% de óleo de babaçú orgânico, com superfatting de 20%, concentração de soda de 30% e como líquidos foi usado 50% de leite de coco e 50% de água de coco, congelados,  para a diluição da soda. Como fragancia foi usado o óleo essencial de Massoia (Cryptocarya massoia) que tem aroma intenso de coco, e um fundo de canela. Esse óleo é de origem da Indonésia.

IMG_0579O leite de coco foi misturado com a água de coco e esta mistura foi congelada por que queria ter o mínimo de carbonização e manter a cor do sabão o mais claro possível. A soda foi adicionada sobre esta mistura congelada e agitada até completa dissolução. A temperatura depois da dissolução foi de 15º C.

IMG_0580O óleo de babaçú foi derretido no microondas e a temperatura ficou em 54º C.

IMG_0584Na mistura da solução de soda e o óleo de babaçu, a temperatura ficou em 34º C, uma temperatura boa para se ter uma trace leve e evitar um gel muito intenso. Foi usado um batedor aramado, nao foi preciso usar o mixer. Foi adicionado no traço bem leve,  0,3% (s/o) do óleo essencial de massoia.

IMG_0587O molde é de silicone e os canudos são para se obter o efeito decorativo das bolinhas.

IMG_0594Os canudos foram retirados e as cavidades foram preenchidas com massa de sabão de coco azul (azul ultramarino), depois de 6 horas, após o desenvolvimento do full gel, cuja temperatura máxima chegou a 38º C medida na superfície, no meio do bloco.

IMG_0598IMG_0599O bloco foi cortado ao meio na horizontal para gerar 4 barras de  9 x 7,5 cm de 200g cada.

IMG_0609IMG_0619Aqui está as barras de sabão de coco 100% para corpo e banho com um aroma fabuloso de coco e canela e tem razão a minha amiga Ane Walsh, que me forneceu o massoia, um cheiro de delicioso de cocada!!

 

 

Sabão de coco natural

 

Este é um simples sabão de coco para uso na limpeza geral da casa, na cozinha e principalmente para lavar roupas. Depois de bem seco pode ser processado e transformado em sabão em pó para maquina de lavar roupas.

As pessoas que compram o sabão de coco industrializados se queixam que o sabão atualmente tem uma qualidade inferior, o poder de limpeza tem diminuido e o sabão se desfaz, fica muito mole em contato com a água.
Em parte isso é devido a ganância dos empresários que tem adicionado sal como carga para dar peso e a aumentar a lucratividade e isso compromete a performance do sabão. Este é o sabão de coco 100% natural, foi feito para usar uma quantidade de óleo de babaçú bruto e orgânico muito antigo que tinha aqui. A formulação é 80% de babaçu e 20% de óleo usado de cozinha, com um superfatting de 5% e como colorantes, dióxido de titânio para o branco, e óxido de ferro vermelho, oxido de cromio verde, oxido de ferro preto e violeta ultramarino, para o swirl. Foi usada a soda com concentração de 32%.

Quando se faz um sabão de coco usando somente o óleo de coco o sabão tem uma excessiva dureza que até dificulta o seu uso e também o cold process, gera muito calor (exotermia) com risco de trincar o sabão dentro do molde. Os 20% de óleo recuperado (canola/soja – 60/40) foi usado para minimizar estes problemas sem comprometer a qualidade do produto, inclusive deixando-o menos agressivo para a pele.

Esta saponificação com o ácido laurico presente no babaçú é muito reativa e o sabão tem que ficar no molde destampado para aliviar o calor gerado e está pronto para serem cortados após 4 horas, se deixar mais tempo fica impossível cortar nos cortadores de fios. Como há um forte despreendimento de calor e o molde fica aberto, há uma pequena carbonatação na superfície do bloco de sabão, pode ser visto no verde e no preto.

 

 

A importância da concentração de soda

Quando se quer calcular a quantidade de álcali (soda ou potassa) necessária para saponificar uma determinada quantidade de óleo ou mistura de óleos, o cálculo é objetivo e direto. É um cálculo fundamentado na relação estequiométrica da reação de saponificação, uma reação química. Pode ser feito manualmente, necessitando conhecer o índice de saponificação (IS) de cada óleo ou com o uso das várias calculadoras que existem on-line.

Tendo a quantidade de álcali – vou me referir à soda para facilitar, surge a pergunta: quanto de água devo utilizar para fazer a solução para diluir a soda?

Muitas pessoas nem fazem esta pergunta porque utilizam as calculadoras e as duas principais, já fornecem um valor default.

No Soapcalc é 38% de água como percentagem dos óleos e o da Mendrulandia fornece 28% de concentração de soda.

As pessoas pegam esses valores e saem a fazer o sabão. Acontece que na maioria das vezes estes valores não são os ideais para fazer o sabão. O Soapcalc ainda faz uma ressalva que o seu valor padrão é para quem está iniciando e depois, adquirindo experiência, muda para outros patamares de maior concentração de soda. O da Mendrulandia faz um explicação envolvendo os tipos de óleos e a concentração a usar. O que é ruim é que em ambas as calculadoras estas explicações ficam perdidas no meio das instruções que a maioria não lêem.

O fato é que a quantidade de água é muito importante para a performance do sabão nas propriedades de dureza inicial e tempo de secagem inicial. Inicial porque curva de dureza e secagem ao longo do tempo, ao final se aproximam de um ponto em comum. Se deixarmos um sabão comum por, digamos, 6 semanas, independentemente da quantidade de água que foi usada para diluir a soda, todos terão uma dureza similar e estarão secos igualmente. Agora, se tomarmos a dureza e a quantidade de água presente no sabão na primeira semana, se notará uma diferença grande, significativa. E aqui é muito importante a concentração da solução de soda.

Existem três modos de se expressar a quantidade de soda e água quando se vai fazer um sabão artesanal:

1 – Água como percentagem dos óleos

2 – Razão água : soda

3 – Concentração percentual de soda

As duas primeiras na verdade são modos não científicos de se expressar a concentração de uma solução soluto/solvente. É como expressar medidas de massa/volume como colher de sopa, colher de chá, copos, que tem razões históricas por trás, quando os recursos hoje disponíveis eram raros e caros. Há 20 anos atrás, quem poderia comprar uma balança digital?

O mais correto é expressar como concentração percentual de soda. Explicita a quantidade de soda e água presente em 100g de solução.

Fiz uma tabela para mostrar que a concentração de soda pode ser otimizada de acordo com algumas característica do sabão que se quer fazer, sua composição de óleos, o conhecimento de quem vai fazer, do modo que se quer fazer o sabão e também da interferência de alguns óleos essenciais e aditivos.

Os valores abaixo de 25% e acima de 40% estão assinalados em vermelho porque estão em regiões não recomendada, podendo haver separação de líquidos abaixo de 25% e reação muito rápida acima de 40%.

Os principais óleos saturados também conhecidos como óleos duros (hard oils) são os que contém predominantemente, ácidos graxos saturados na sua composição:
óleo de côco, palmiste, babaçú, palma, manteiga de karité, manteiga de cacau, e o esteárico (ácido graxo)

Os principais óleos insaturados também conhecidos como óleos moles (soft oils) são os que contém predominantemente, ácidos graxos insaturados na sua composição:
óleo de oliva, girassol, canola, soja, amêndoas doce, abacate, semente de uvas, arroz e mamona.

Só vou citar os dois extremos da relação saturados/insaturados. No máximo de 100/zero da relação sat/insat está o sabão de côco 100%., cujo único óleo é o que contém o ácido graxo saturado laurico que pode ser o côco, palmiste e babaçú. O traço deste sabão é muito rápido e a saponificação é exotermica, isto é, gera muito calor. Aqui é preciso trabalhar com uma concentração baixa de soda (mais água) do que o normal, algo abaixo de 30%, o que favorece um maior controle do traço e também pode evitar rachaduras do sabão no molde.

O outro extremo  é o venerado sabão 100% azeite de oliva, cujo único componente é o óleo de oliva, que contém predominantemente o ácido graxo oleico, um monoinsaturado. Muitos fazem este sabão usando o valor default de 28% de concentração de soda na calculadora da Mendrulandia ou 38% de água sobre  % de óleos na calculadora do Soapcalc, que corresponde a 25% de concentração de soda.  Este valores de concentração de soda podem ser enormemente otimizados usando até 40% de conc. de soda.

 

 

Sabão Luso – uma homenagem a Portugal

Este é meu último sabão do semestre. Vou estar ausente por um bom tempo, uma viagem longa! Deixo aqui meus agradecimentos a este pessoal incrível de Portugal. Muito obrigado por fazer parte do grupo Saboaria.

Este sabão quadriculado é feito do modo mostrado na figura abaixo.

Foi usado uma fórmulação básica bastante simples. O importante é sempre trabalhar com traço bem leve para permitir um bom nivelamento entre camadas e é fundamental no alinhamento preciso das cores.

 

Sabão série swirl – swirl de colher

 O que é o swirl

Sabão com swirl se refere a uma técnica para decorar um sabão usando duas ou mais cores para colorir uma barra de sabão feita por cold process. O efeito obtido é muito variado de acordo com o tipo de técnica de swirl utilizada, sendo o padrão mais comum é o que se assemelha ao marmorizado.

Swirl de colher Branco e Preto

Swirl de colher amarelo e preto

Swirl de colher branco e verde

Swirl de colher branco e azul

Tipos de swirl

Existem inúmeros modos  de se fazer o swirl que as vezes envolve o uso de duas ou mais técnicas ao mesmo tempo, como por ex. troca e cabide. Podemos citar:

Colher (spoon) – como o nome  diz, são usados colheres para obter o efeito
Pote (pot) – a mistura de cores é feita dentro do recipiente de preparao do sabão
Cabide (hanger) – é usado um dispositivo de arame parecdido com um cabide
Funil (funnel) – usa-se um funil para obter um padrão concêntrico
Coluna (columm) – usa-se uma coluna de perfil quadrado, redondo ou triangular
Arcoiris (rainbow) – as cores são depositadas em camadas multicoloridas
Troca (swap) – o molde é dividido em duas partes de cada cor e depois misturado
Pavão (peacock) – é desenhado figuras que lembra as penas do pavão
No molde (in the mold) – o swirl é feito no molde de vários modos

Condições para se fazer um swirl

É fundamental que se tenha um controle sobre o traço. Em todas as técnicas de swirl  é necessário que a massa de sabão tenha fluidez, que a viscosidade do traço seja baixa a média para permitir o escoamento, a mistura e o assentamento das massas coloridas. Se o traço for muito viscoso, impossibilita obter os padrões de swirl.

Para ter o controle sobre o traço é necessário gerenciar a sua formulação de tal modo que ela seja livre de componentes que aceleram o traço. A proporção de óleos com ácidos graxos saturados/insaturados deve ser mantida baixa na medida do possível, deve-se evitar aditivos que possam acelerar o traço como a cera de abelhas e conhecer o comportamentos dos óleos essenciais, evitando aqueles que aceleram o traço.

Em termos de processo, trabalhar em condições que minimizem a aceleração dos traço. Trabalhar com concentração baixa de soda, isto é, quanto mais água, melhor. As concentrações de 25% a 30% são os limites, sendo o ideal 28%. Manter a temperatura dos óleos e soda baixas, abaixo de 30° C.
O uso do mixer deve ser feito com muita cautela, precisa ter experiência e domínio do seu uso.

Colorantes a usar no swirl

De preferência usar colorantes que são especialmente formulados para essa finalidade. Normalmente são líquidos e soluveis em água e facilmente dispersos na massa de sabão e permanentes, não desbotam ou mudam de cor na soda e tem resistência a luz. Este colorantes não são encontrados por aqui, precisam ser importados.

Um alternativa viável seria o uso de pigmentos e argilas. A maioria dos pigmentos são de difícil dispersão, precisam primeiro um pre-mix  com um pouco de óleos para desagregar, com o risco de formar pontos e grumos na massa.
Veja mais sobre colorantes para sabão neste post:
https://japudo.com.br/2013/01/10/o-que-usar-para-colorir-os-sabonetes-cold-process/

Técnica de swirl – colher

Quem sabe esta técnica seja a mais simples e fácil de fazer um swirl.
Normalmente é usado em swirl de duas cores e os passos são:

1 – prepare o sabão deixando no traço mínimo, adicione as fragâncias e os aditivos, se for o caso,
2 – divida a massa em duas partes propocionais ou não dependendo do efeito desejado.
3 – misture em cada parte o colorante escolhido e misture bem. Se necessário use o mixer, mas com cautela.
4 – use uma colher de sopa pequena para cada cor e vá adicionando alternadamente no molde previamente preparado. Deposite cada colherada de uma cor deixando um espaço, não sobreponha, e deixe rastros entre uma deposição e outra. Siga com outra cor, formando camadas, até completar o molde.
5 – bata o molde para assentar a massa e eliminar vazios e bolhas

Melhor do que ler, é ver. Existem dezenas de vídeos que mostram as técnicas de swirl, é só pesquisar e assistir.

A formulação do sabão é bem básica, somente três óleos que dão as propriedades normais de um sabão balanceado. No caso do sabão amarelo e preto foi usado o óleo de palma bruto (azeite de dendê) no lugar do palma para dar a cor amarela.

 

 

Sabão Preto Beldi feito artesanalmente

O que é o sabão preto Beldi

O sabão preto Beldi é um  sabão típico do Marrocos usado nos banhos (Hamman) do oriente, o banho turco ou sauna a vapor, principalmente na cidade praiana de Essaouria na costa Atlântica do Marrocos, onde este sabão foi criado.

O sabão Beldi é um sabão na forma de pasta que não faz muita espuma, de cor castanho escuro, rica em vitamina E, que possui muita propriedades benéficas para a pele, onde se destaca a sua ação exfoliante além de hidratar e suavizar a pele. É usado para preparar a pele para a exfoliação manual, purificando a pele ao espessar as células mortas para a posterior retirada.

Como é usado o sabão Beldi

Com a pele estando quente e úmida no ambiente de vapores da sauna, é passado em todo o corpo o sabão preto Beldi, deixando atuar por 10 minutos como uma máscara de tratamento. Decorrido o tempo é retirado completamente e em seguida, com uma esponja adequada, usa-se no Marrocos a esponja Kassa apropriada para o Hamman, procede se a exfoliação enégica onde as células mortas da pele são facilmente retiradas.
Este ambiente de vapores e calor pode ser reproduzido, guardadas as devidas proporções, no ambiente doméstico ao deixar formar os vapores com o chuveiro ligado no box de banho.

Formulação do sabão Beldi

Existem vários tipos de sabão Beldi sendo o tradicional a cor escura e a fragância de eucalipto. O sabão é composto de óleo de oliva e pasta de azeitonas pretas saponificadas com potassa (KOH).

Até o começo deste mês de abril, nada sabia sobre o sabão preto do Norte da África e do Oriente Médio e especificamente deste sabão preto Beldii do Marrocos. Foi colocado um post no grupo Saboaria, de Portugal, onde tomei o primeiro contato. Fiquei muito interessado com a composição e a aparente simplicidade. Um comentário no meu blog do saboeiro Luis Carlos Gulias me fez ver uma possibilidade de fazer este sabão artesanalmente por hot process com o processo do sabão líquido, bastando deixar em forma de pasta e não diluir para o sabão líquido.

Analisando os componentes deste sabão vc chega a conclusão que o componente chave é a pasta de azeitonas. É um raciocínio empírico, por exclusão, pois sem a pasta de azeitonas, este sabão seria um simples sabão de oliva em forma de pasta. A azeitona tem aproximadamente, varia de acordo com o espécie e outras variáveis tipo clima, 52% de água, 19% de óleo, 1,5% de proteina, 19% de áçúcar, 7% de celulose e 1,5 de cinzas. Pois estes componentes é que devem conferir as propriedades características do Beldi.

A fórmula ficou assim elaborada :
clique aqui para fazer o download da fórmula

Fazendo o sabão preto Beldi
Componentes

Comprei as azeitonas pretas para preparar a pasta e optei por azeitonas pretas do Líbano, apesar da cor não ser muito uniforme, variando de escuras para algumas mais claras. A vantagem é que estavam em salmoura e descaroçadas

Estas azeitonas pretas libanesas foram deixadas em água quente por 5 minutos para eliminar o óleo superficial e depois trituradas até virar um patê de azeitonas com o uso de um processador de alimentos.

Usei um óleo de oliva extra virgem espanhol que comprei em uma promoção. Não costumo desperdiçar extra virgem para sabão, mas este estava com um bom preço.

Processo

Foi seguido o processo normal de hot para o sabão líquido que está no site:

https://japudo.com.br/saboaria/sabonetes-liquidos/, mas com algumas ressalvas:

– como é um sabão 100% oliva, o trace é bem demorado, coisa de 15 minutos com o uso intensivo do mixer.

– esse uso intensivo do mixer incorpora muito ar na massa e nas primeiras 2 horas de cozimento é preciso prestar atenção para evitar a erupção da massa mexendo com a espátula.

– Existe um movimento de convecção na massa mas não suficiente para despreender o ar ocluido na agitação

– como a massa se torna escura a partir da segunda hora, fica difícil observar as fases característica do hot com KOH – applesauce, mashed potatoes, etc.

– Após 3 horas o pH estava em 9, indicando uma reação completa de saponificação.

– deixei mais 1 hora, totalizando 4 horas, para evaporar um pouco de água e deixar a pasta mais viscosa.

 A pasta de azeitonas pretas é misturada com o óleo de oliva.

O traço demora para acontecer, precisa usar o mixer intensivamente.

Como foi usado o mixer intensivamente há muito ar ocluido na massa e há o perigo de erupção.

Quase ao final de 3 horas de cozimento.

Este é o aspecto após 4 horas de cozimento e o final do processo.
Foi deixado esfriar até 60º C e adicionado os óleos essenciais de eucaliptos.

Após overnight o aspecto final do sabão preto Beldi.

O sabão preto de Beldi

 


Shampoo em barras cabelos & corpo

Este é um sabão artesanal vegetal e vegan, feito por cold process, um shampoo sólido para cabelos e corpo em forma de barras. Não é comum o uso de um shampoo sólido em forma de barras para o trato dos cabelos.

Na saboaria artesanal quando se faz um shampoo para cabelos, normalmente se faz um sabão líquido pelo método hot process. No sabão líquido sempre existe a necessidade de óleo de côco ou babaçú ou palmiste porque o laureato de potássio é o mais solúvel dos sais de sabão e confere ao sabão líquido a solubilidade necessária e também a transparência.

O óleo de côco por outro lado é conhecido por sua forte ação de limpeza, o que, dependendo da quantidade usada, pode ser até agressivo para a pele e principalmente, para o couro cabeludo, uma área de muita sensibilidade.

Como existe um limite para a quantidade de óleo de côco, não é possível formular um bom shampoo líquido para cabelos sem óleo de côco.

Pensando na possibilidade de fazer um shampoo em barras sem óleo de côco, passei a trabalhar numa formulação adequada para isso.

O objetivo era ter uma shampoo que tivesse o máximo de propriedades condicionadoras e o mínimo de agressividade à pele e couro cabeludo.

Lembrar que propriedade condicionadora significa principalmente emoliência e humectação, emoliência atuando como um lubrificante e humectação aumentando o conteúdo de água na pele.

Selecionei dois óleos com excelentes propriedades condicionadoras, o óleo de oliva e o óleo de abacate. O oliva é sobejamente conhecido por suas ótimas caracteristicas para a pele e o abacate também muito conhecido pelos benefícios aos cabelos, recuperando cabelos ressecados e deixando-os sedosos.

O óleo de palma cuja função principal é dar dureza ao sabão, foi eliminado para potencializar as quantidades do oliva e do abacate, que totalizam 70%.

Os 12% de óleo de mamona é uma quantidade razoável para ter uma boa cremosidade e espuma espessa. A principal função da manteiga de karité nesta formulação é dar um pouco de dureza ao sabão. O óleo de jojoba contribui em muito para o bom trato do couro cabeludo e sua quantidade é mantida baixa para não comprometer a dureza pois seus quse 10% de insaponificáveis derrubam a dureza. O açúcar está para auxiliar a melhorar a formação de espumas.

Esta formulação é bastante diferente, não usual, quebra as regras de uma boa formulação. É semelhante ao sabão 100% oliva onde predomina o oleato de sódio. Se colocar em uma calculadora que fornece as propriedades do sabão, como o Soapcalc, verá que é uma formulação “desbalanceada”, com uma proporção de insaturado/saturado de 80/20. Por exemplo, tem zero de limpeza, isto é claro, porque não tem côco, tem dureza abaixo do limite inferior sem o palma e a espuma no limite inferior pois o açúcar não entra nos cálculos. Em contrapartida tem um condicionamento  muito além do limite superior. Acontece que esta formulação é desbalanceada propositalmente, tudo foi elaborado para que desse um ótimo condicionamento sacrificando outras propriedades, dentro do aceitável.

Com a ausência de óleos saturados este sabão tem um defeito, muito similar ao sabão com 100% óleo de oliva. Quando molhado ele fica pegajoso e tem uma certa tendência a solubilizar mais rápido do que um sabão normal com palma e côco. Nada muito grave que deprecie o sabão, tomando os cuidados devidos para sabões deste tipo não haverá problemas. Este é o preço que se paga para ter o máximo de condicionamento para os cabelos.

clique aqui para baixar a fórmula completa

 Após uma semana de secagem fiz um teste de uso deste shampoo em barras. Todas as propriedades preditas foram alcansadas e em muitas delas superaram as expectativas. O shampoo depois de secar somente por uma semana já tem dureza suficiente para ser manuseado sem problemas. A massa é bem uniforme e sem granulosidade e aspereza (não tem côco). Tem farta espuma com bolhas médias, cremosidade típica do mamona e um razoável grau de limpeza. Deixa os cabelos soltos e sedosos. Cumpre as funções típicas de um bom shampoo e também, o melhor, é muito bom para o corpo. deixa a pele aveludada bem perceptível por um longo tempo após o banho. O shampoo realmente fica pegajoso após o uso mas seca bem e fica bom para o próximo uso

 

 

 

Óleos vegetais para sabão – refinados ou não refinados … mito!

Os óleos vegetais mais comuns que são usados para fazer sabão e sabonetes artesanais são os mesmos que são usados na sua cozinha ou nas cozinhas das industrias de alimentos. São usados no preparo dos alimentos e na fritura.
O soja, canola, girassol e oliva são os mais usados nos lares, o côco na cozinha regional e o palma e palmiste na confeitaria, em doces e na fritura industrial.

Todos esses óleos são comestíveis e de alto consumo, os usados na cozinha doméstica, são encontrados nos supermercados e mercadinhos. Por razões mercadológicas devem obedecer rígidos padrões de apresentação do produto. São padronizados para serem comestíveis e completamente atóxicos e apresentados como líquidos claros e transparentes, isento de particulados, sem odor e com elevado prazo de validade.

Para se atingir essa padronização, os óleos e gorduras de origem vegetal necessitam de um processamento específico. A esse processamento dá se o nome genérico de refino.

Os óleos vegetais são extraidos de uma variedade de sementes, frutos e nozes. A preparação da matéria prima se inicia com a lavagem e limpeza, seguido pelo descasque, trituração e condicionamento.
A extração geralmente é feita por meio mecânico, sendo para frutos a destilação e para sementes e nozes, a presagem com prensa mecânica. ou pelo uso de solventes como o hexano que depois é destilado para separar do óleo e é reaproveitado.

Após a extração, para eliminar os ácidos graxos livres (FFA) que são responsáveis pela rápida deteriorização do óleo e os fosfolipídeos (goma) que deixa o óleo pegajoso, é necessário o processo propriamente dito de refino. Existem dois tipos de refino, o refino físico onde se usa a destilação (p ex. óleo de palma) e o refino químico (maioria dos óleos) onde é usado um álcali, normalmente hidróxido de sódio, para neutralizar o ácido graxo livre.

O método tradicional de refino é o químico onde o álcali diluido saponifica os ácidos graxos livres e é eliminado como sabão, na água. Além do FFA também é eliminado os fosfolipídeos, metais, produtos oxidados, etc.

No método físico é necessário uma etapa de degomagem com ácidos, fosfórico ou cítrico (p ex. palma) para eliminar os fosfolipídeos. Abaixo está um esquema bem simplificado do processo de extração com solvente e refino químico.

O óleo refinado, quando aplicável, passa por um processo de branqueamento com material de absorção (argila ou carvão ativo) e pelo processo de desodorização com fluxo de vapor. No processo final tem se o chamado óleo RDB (refinado, branqueado e desodorizado).

Todo o processo de refino dos óleos não altera a sua composição de triglicerídeos, isto é, a composição dos ácidos graxos. Deste modo as propriedades dos óleos continua a mesma e o sabão feito do óleo refinado é o mesmo, quando aplicável, p ex. oliva, ao óleo não refinado. O refino retira as impuresas contaminantes dos óleos como os FFA e os fosfolipídeos e com alguns óleos vegetais não refinados sequer é possível fazer um sabão, caso do canola e do soja e do palma.

É um dos mitos da saboaria artesanal, isso de ter problemas com o sabão feito de óleo refinado, não existe nenhuma restrição de quantidade e tipo, que afetam as propriedades do sabão. Outra lenda urbana é, no óleo cuja extração foi empregado solvente, este solvente estará presente no sabão! Outra, no refino químico se usa produtos químicos (NaOH) e essa soda estará no óleo e daí vai estragar o sabão! O absurdo é que depois é usado a soda para fazer o sabão!

Abaixo uma relação com os principais óleos e manteigas utilizados na saboaria artesanal e o tipo de processamento para a sua purificação. A numeração do processo se refere ao diagrama anterior.

Como se pode ver, em alguns óleos existe a opção do virgem e extra virgem que significa que o óleo são sofre nenhum refino, notadamente é o oliva,  e outra opção são os orgânicos, que significa que no refino não é usado produtos químicos, caso do palma orgânico. Obviamente estes tipos especiais são bem mais caros e de difícil disponibilidade.
Enfatizo novamente, não existe razão para escolher óleos virgem, extra virgem e orgânicos para fazer o sabão. Não existe diferênças entre sabão feitos com estes tipos de óleos e os comuns, refinados.

 

 

O sabão de marselha em perigo – todos lavam as mãos?

Depois dos problemas enfrentados pelo sabão de Aleppo devido ao conflito na Síria, agora o sabão de Marselha corre o risco de desaparecer!
Esta matéria foi passada pela Beth Bacchini e foi publicada em 14/12/12 no site:
http://www.laprovence.com/article/economie/le-savon-de-marseille-en-danger-tout-le-monde-sen-lave-les-mains.
Foi traduzida do francês, gentilmente, pela Paula Oliveira, de Portugal.

A maior fábrica está em liquidação judicial

A saboaria Fer à Cheval em Sainte-Marthe é um símbolo.

 

Este cubo de 300g feito desde a Idade Média, deveria ter revolucionado todo um setor econômico na Provença.

Só que, lá está, o famoso sabão de Marselha não tem ainda hoje o rótulo protegido. Nada. Nada. Pior, seu nome caiu mesmo no domínio público.

E a maioria dos produtos estampados como sabão de Marselha, não o são, já que são fabricados na Ásia. Uma conseqüência direta: uma das duas últimas grandes saboarias da região, o Fer à Cheval em Sainte-Marthe, está em liquidação judicial desde 31 de outubro. Um duro golpe para esta empresa emblemática de know-how, adquirida e depois vendida pela Henkel, que em janeiro vai perder 12 pessoas.

“No entanto, nós somos os únicos capazes de suprir o mercado com o verdadeiro sabão de Marselha, enquanto todos os outros estão roubando o nome!” diz Bernard Demeure, CEO da Compagnie des Détergents du Savon de Marseille, ou seja, da Saboaria Fer à Cheval, que ele comprou em 2003. Uma empresa que produz menos de 2.000 toneladas apesar da moda lisongear este sabão ultra natural, reivindicado por dermatologistas e fãs da ecologia.

A concorrência é feroz
E vem da Malásia e Itália. Mais cruel ainda, marcas como Petit Marseillais que dá cartas com os seus géis de banho de mel ou lavanda é um puro produto da Johnson & Johnson! Le Chat são produzidas na Alemanha pela Henkel, Chantecler na Itália … ! Basta ler a composição. Atualmente, quatro saboarias históricas defendem a tradição.

“Com o Le Serail em Cours Julien, Marius Fabre em Salon, a Savonnerie du Midi em Aygalades,  formamos uma associação para lutarmos contra os produtos falsificados!” Criaram também  a União dos Profissionais Savon de Marseille com uma carta com base em três critérios específicos: composição, modo de fabricação, origem geográfica.

De fato, La Compagnie des Détergents du Savon de Marseille fornece tanto para a La Compagnie de Provence ou os mais puros produtos, para a Licorne.

“Mas estamos em um período de observação até abril. Portanto eu tento tomar as medidas necessárias para sustentar o negócio, como a loja da fábrica. Mas estou chocado por ninguém fazer nada para o proteger. Marselha não se preocupa nem por um produto que fez a sua história, por instalações que datam do século 19. Lembrar que houve um tempo em que 30% da população ativa trabalhava diretamente ou indiretamente para a saboaria”.

Única saída também para Bernard Demeure: a Indicação Geográfica Protegida (IGP), selo oficial europeu de origem e qualidade que protege os nomes geográficos e oferece uma possibilidade de determinar a origem de um produto alimentar, quando ele obtém alguma da sua especificidade desta origem. “Esta indicação poderia ser aberta para os produtos manufaturados.

” E de resto a Savonnerie du Fer à Cheval gostaria de meter as mãos na massa em 2013.” Há dois anos que trabalhamos num projeto com a empresa Générik Vapeur para um sabão de 30 toneladas! A um mês da abertura, ainda não nos encontraram um espaço mesmo sendo o emblema da cidade e um produto que faz sonhar o mundo”. Na verdade, do que se trata é de um combate: “Se eu me quisesse desembaraçar deles, estes três hectares da fábrica há muito que se poderiam ter tranformado num supermercado”.

A sentença causa em todo o caso frio na espinha:” Se fecharmos dentro de 6 meses, isso significa que o sabão made in Marselha terá terminado. Perde-se também uma parte d a nossa história”.

Senhor Montebourg, há mais na vida do as blusas à marinheira* … Protejamos o “Genuine Marseille soap”!

Agathe Westendorp

* nota da tradução: refere-se a uma marca de blusas à marinheira  da marca Armor-Lux sobre as quais há uma polémica se são ou não feitas na França
Traduzido por Ana Paula Barreto Oliveira

 

UE estabeleceu a proibição para sempre de testes de cosméticos em animais

Traduzi esta matéria que foi publicada em 31/01/13 no site da Cruelty-Free International:
http://www.crueltyfreeinternational.org/en/a/EU-set-to-ban-animal-testing-for-cosmetics-forever-news.

The Body Shop e Cruelty Free International pioneiros da campanha, comemoram após 20 anos de militância.

Depois de mais de 20 anos de campanha, a empresa de produtos éticos de beleza, The Body Shop e a organização  sem fins lucrativos, Cruelty Free International estão finalmente comemorarando o fim de testes de cosméticos em animais na Europa, com o anúncio antecipado de que a importação e venda de produtos cosméticos testados em animais e ingredientes será proibida na UE em 11 de março de 2013.

Esta vitória inovadora significa que, a partir 11 de marco, qualquer pessoa que pretenda vender novos produtos e ingredientes cosméticos na UE não deve testá-los em animais em qualquer lugar do mundo. A proibição afeta todos os cosméticos, incluindo produtos de higiene pessoal e produtos de beleza, do sabão à pasta de dentes. A The Body Shop é uma das poucas marcas de beleza que não serão afetados pela proibição, depois de ter sido sempre contra os testes em animais.

The Body Shop e a Cruelty Free International está lançando uma série de atividades comemorativas especiais na contagem regressiva para março 11, motivados pela confirmação pessoal do Comissário Tonio Borg que a proibição deverá ir em frente, como proposto. Borg escreveu em uma carta recente aos ativistas da campanha, “eu acredito que a proibição deve entrar em vigor em Março de 2013, como o Parlamento e o Conselho já decidiram. Estou, portanto, não pretendendo propor um adiamento ou derrogação à proibição.”

A proposta de proibição envia uma mensagem forte a todo o mundo em apoio a beleza sem crueldade e em particular para países como a China, que ainda exigem testes de cosméticos em animais, para também enganjar e proibir testes em animais.

O Executivo Chefe da Cruelty Free International, Michelle Thew disse: “Este é realmente um evento histórico e culmina com mais de 20 anos de campanha. Agora vamos aplicar a nossa determinação e visão em um palco global para assegurar que o resto do mundo siga esta orientação.”

Paul McGreevy, Diretor Internacional de Valores da The Body Shop prestou homenagem aos clientes que têm apoiado a campanha da empresa contra a experimentação animal em cosméticos por muitos anos e disse: “Esta grande conquista na Europa é apenas o encerramento de um capítulo. O futuro da beleza deve estar livre de crueldade “.

Em 1991, a BUAV (fundador da Cruelty Free International) estabeleceu uma coalizão da liderânça europeia de organizações de proteção aos animal em toda a Europa (ECEAE) com o objetivo de acabar com o uso de testes de cosméticos em animais. Isto desencadeou uma campanha de alta exposição pública e política em toda a Europa ao longo de mais de 20 anos. Em 1993, a The Body Shop, a primeira empresa de beleza a tomar medidas em testes de cosméticos em animais, apoiou a campanha por conseguir o apoio de seus consumidores em toda a Europa. Três anos mais tarde, em 1996, Anita Roddick, fundadora da The Body Shop, juntou-se a membros da ECEAE e deputados na apresentação de uma petição contendo 4 milhões de assinaturas para a Comissão Europeia.

Em 2012, a BUAV estabeleceu a Cruelty Free International, a primeira organização mundial dedicada a acabar com cosméticos testados em animais em todo o mundo. A The Body Shop, juntamente com  a Cruelty Free International lançou uma nova campanha internacional, que até agora resultou em clientes de 55 países que assinaram um compromisso global de apoiar o fim dos testes de cosméticos em animais para sempre.

Cruelty Free International Chief Executive Michelle Thew estará se reunindo com o Comissário Tonio Borg na quarta-feira 30 de janeiro, em nome da Coligação Europeia para Acabar com a Experimentação Animal (ECEAE) para discutir a implementação da proibição.

 

Sabão em pó caseiro

Grupo discussão Saboaria – Portugal 

Fiz esta fórmula de sabão em pó caseiro para postar num grupo do Facebook que discuti a saboaria artesanal em Portugal.
Este grupo é fabuloso no seu espírito de partilhar conhecimentos de modo transparente e despreendido, todos aprendem e trocam os conhecimentos.
Quem tiver interesse de acessar, o grupo é fechado e precisa solicitar adesão, o endereço é: http://www.facebook.com/groups/saboaria/

Em Portugal a consciência ecológica e de sustentabilidade está em franco desenvolvimento. As pessoas se preocupam com a economia e preservação dos recursos naturais, a reciclagem e com o uso de produtos ecologicamente corretos. Estão sempre procurando produtos que possam substituir os produtos industrializados e derivados dos petroquímicos.

No grupo Saboaria alguém solicitou uma receita de sabão para lavagem de roupas. Sugeri um sabão vegetal de côco que costumo fazer: côco/palma – 75/25, mas como o óleo de côco é caro em Portugal, fiz uma modificação para compatibilizar custos e disponibilidade, sem sacrificar em demasia a performace do sabão. O óleo de oliva extra virgem comum é barato em Portugal, em torno de R$ 8 o litro. A fórmula do sabão de côco original e a modificação estão na página de download.
Deste sabão em barra foi derivado o sabão em pó pois muitos tem o costume de ralar o sabão, dissolver em água e usar na lavadora. O sabão líquido assim preparado fica muito ralo e precisa ser agitado antes de usar.

Por não ter o sabão de côco em barras, fiz o teste, com sucesso, do processo usando um sabonete de lavanda cuja composição é a que mais se aproxima da fórmula do sabão de côco em barras. Essa composição é básica dos meus sabonetes: oliva/côco/palma/rícino: 30/30/35/5. Se deu tudo certo com esta fórmula, com certeza ficará melhor com a fórmula do sabão de côco em barras original ou a modificada.

Fórmula

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O sabão de côco em barras, como disse acima, pode ser o original cuja composição é: óleo de côco/óleo de palma – 75/25 ou a versão portuguesa cuja composição é: óleo de côco/óleo de palma/óleo de oliva – 60/10/30. Lembrar que a dinâmica de limpeza está na solubilidade do sabão e no poder de fazer espumas. Assim sendo, quanto maior a quantidade de palmitato de sódio, um dos mais solúveis sais de sabão e também dos que mais faz espuma, maior é o poder de limpeza.
O carbonato de sódio amolece a água e remove sujeiras e o bórax é um branqueador e tira odores.

Como fazer

É preciso um ralador de cozinha, para ralar a barra de sabão, balança, e um processador de alimentos.

Aqui o sabão ralado no ralador de cozinha. Ralar previamente facilita a moagem no processador de alimentos.

Carbonato de sódio e bórax pesados na balança de cozinha.

No processador de alimentos, aos poucos vai se adicionando o sabão ralado junto com pequenas quantidades de carbonato de sódio e bórax e acionando o processador até obter uma moagem fina. Como é uma mistura de sólido faça aos poucos para preservar o procesador de sobre-aquecimento.

O sabão colorido facilitar observar a homogenidade da mistura.
Quando a mistura estiver bem fina e  bem homogênea o sabão em pó está pronto.

O sabão em pó e a dissolução em água. Obviamente a dissolução deste sabão não pode ser comparado com o sabão em pó sintético, industrializado e com derivados petroquímicos. Este sabão caseiro demora mais para dissolver mas o trabalho mecânico de agitação na lavadora é suficiente para uma boa solubilização e lavagem.

Medida do pH do sabão em pó caseiro. O bórax atua tamponando a solução e mantendo o pH abaixo de 10.

 clique aqui para o download da fórmula sabão em pó